JoMo kaj ties pasio por lingvoj - JoMo e sua paixão por línguas
JoMo - Jean-Marc Leclercq
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JoMo |
O
conhecimento de línguas é uma de minhas paixões. Não se sabe por que nascem as
paixões. Contudo, bem me lembro que me interessei por elas desde minha tenra
idade. Vejo-me pegando de sobre a estante do salão o grosso dicionário de meus
pais para ver, com fascínio, os belos alfabetos estrangeiros, grego, cirílico,
árabe, hebreu, que eu estudava e decorava para escrever com eles meu próprio
nome. A origem dessa paixão suponho que tenha vindo de meus avós. Talvez
experiências e vivências entrem nos genes e transmitam aos descendentes de duas
gerações; isso é uma nova teoria científica, que eu poderia propor a alguma
academia. Apesar de eles serem simples camponeses, certa vez calculei que,
graças às suas diversas origens étnicas, em sua casa se compreendia e
possivelmente usava 7 línguas. O espanhol, o catalônio, o piemontês, o
italiano, o occitano (na sua variável típica da província francesa da Gasconha
- o gascão), o francês e o alemão. Até mesmo meu avô, que nunca estudou, sabia
5 línguas. O alemão ele aprendeu na Alemanha durante a guerra, pois foi
prisioneiro e voluntário para trabalhar numa fazenda de arrendamento, com cujos
moradores fez amizade. Reciprocamente, logo após a guerra, foi morar na fazenda
deles um jovem soldado alemão, com quem meu avô fortemente se relacionou. Na casa
dos avós do lado paterno, calculo que somente 3 línguas são compreendidas (o
francês, o idioma da Picardia e o valonês). Devido a essa paixão, passei a
aprender vorazmente todas as línguas que apareciam na minha frente. Lembro-me
bem da excitação da primeira aula de inglês na escola. Depois do inglês,
comecei a estudar alemão e, no liceu, o dialeto gascão como optativa. Essa
língua eu ouvia na minha infância, em todos os finais de semana, da boca de
meus avós e seus vizinhos, mas ninguém falava comigo nela (pessoas importantes
da república francesa conseguiram certa vez convencer o povo que essa era uma
língua inútil e retrógrada, até mesmo que não era propriamente uma língua), e
durante muito tempo, ela era para mim uma misteriosa língua secreta, mas tão
atraente! Tendo terminado o liceu, essa "doença" piorou rapidamente e
eu pude me inscrever na universidade nos cursos optativos de línguas árabe
(falado na Algéria) e servo-croata, que foi minha primeira língua eslava.
Depois veio o italiano, o espanhol, o russo e o holandês, estudados por
iniciativa própria nos meus momentos de folga. Deve estar claro ao leitores
mais jovens, que nesse tempo, internet não existia. Pelo fato de ficar no mesmo
bairro em que eu morava, eu voltava à universidade, mesmo depois de deixar os
estudos, para assistir aos cursos de latim e hebraico, como
"ouvinte".
Eu
já conhecia o esperanto, havia ouvido algo sobre ele, que muito me agradou por
conter a ideia de internacionalidade, mas por muito tempo não tive contato com
ele por falta de oportunidade em encontrá-lo ou simplesmente por falta de
livros nas livrarias. Frequentemente pensava que algum dia eu aprenderia
esperanto e que seria para mim "mais uma língua" dentro do meu
cérebro. Nada mais.
A
verdadeira mudança veio em 1988. Nesse tempo eu fazia programas de rádio sobre
línguas (Gudyom los drugis) numa associação livre de emissora de rádio. Li na
lista de programação, que existia um programa de esperanto na mesma estação,
mas eu nunca havia tido a possibilidade de escutá-lo. Certa vez, o diretor do
programa organizou um concurso com apenas uma simples pergunta : "Quem
criou a língua internacional ? ", e o prêmio desse curso era... um livro
didático de esperanto. Boa, simples e acertada ideia, claro, para encontrar
interessados. Eu sabia a resposta e ganhei o livro. Aconteceu que a pessoa que
organizou esse concurso já era um conhecido ativista no meio musical da cidade.
Posteriormente ele criou o famoso selo esperantista "Vinilkosmo" e
organizou diversos festivais de música; ele se chama Floreal Martorell.
Diferentemente
de todas as outras línguas que eu havia aprendido até então, ao conhecer o
esperanto encontrei uma inacreditável rede de dóceis loucos, cujo principal objetivo
na vida é encontrar outros do mundo todo. Foi, obviamente, o choque mais
interessante e positivo da minha vida. Imediatamente as viagens começaram:
Alemanha (legenda IS!), Holanda (ljoKo), Tchecoslováquia (Ostravo) etc... como
o mais inebriante redemoinho de amizade internacional. De língua, esperanto
passou a ser para mim uma arte de viver. À amizade internacional seguiu-se um
amor internacional, que ainda mais fortaleceu minhas ligações com a insensata ideia
do Doutor Zam e fê-la enraizar-se em minha vida.
Como
cantor, logo após o começo do aprendizado de esperanto, comecei a traduzir ou
compor letras de canções. Rapidamente descobri a inacreditável facilidade e
flexibilidade da língua no campo da poesia, que permite exprimir mais
completamente os sentimentos, fatos, situações, etc... Como artista, também
rapidamente me convidaram para diversos arranjos em vários países, com grupo ou
só, e meu horizonte inacreditavelmente logo se alargou de uma maneira
impossível de supor.
Agora
o ritmo do meu ano é determinado por viagens ao exterior. A participação nas
noites musicais esperantistas podem até mesmo chegar à metade das minhas
atividades musicais profissionais. A lista dos países que eu visitei para dar
concertos graças ao esperanto é longa: Espanha, Itália, Inglaterra, Bélgica,
Holanda, Alemanha, Dinamarca, Finlândia, Polônia, Rússia, Ucrânia, República
Tcheca, Eslováquia, Croácia, Eslovênia, Hungria, Estados Unidos, Quebec, Brasil
e previsto para 2011... Austrália!
Sinto
intensamente a mudança na minha mente graças a essas viagens, quando encontro
conhecidos, que há muito eu não via, com os quais eu convivia no mesmo liceu ou
escola. Compreendo então, o quão rapidamente evoluí pelo contato com todos
esses estrangeiros com os quais me relaciono nessas viagens. É claro que, à
lista de países visitados deve-se acrescentar uma lista de nacionalidades das
pessoas que podemos encontrar lá. Tenho a impressão que meus velhos camaradas
ficaram em seu meio sem mudanças, que nada é novo para eles em trinta anos, que
o mundo gira em torno deles e eles ficaram parados no imóvel centro do
universo. Eles nem podem imaginar que se pode ter outro ponto de vista
diferente do francês, que se pode não "matar os pais para comer boas
ostras ou beber um velho vinho", que se pode organizar um trabalho sem uma
longa pausa entre o meio-dia e as duas da tarde, que os locais públicos para
estacionar os carros em seu país é inacreditavelmente e inquestionavelmente
estreitos, que sua capital não possui a mais bela avenida do mundo, resumindo,
que se pode simplesmente viver (e até melhor) em outro país, mesmo se durante
as refeições não se tem a opção entre sete tipos de queijos. Tentar
convencê-los disso é tempo perdido.
Esperanto
me ajuda a compreender o mundo e eu, calorosamente e de coração, agradeço a
ele.
JoMo
- Jean-Marc Leclercq - França
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Lingvoj
estas unu el miaj pasioj. Oni ne scias kial naskiĝas pasioj. Mi bone tamen
memoras, ke mi interesiĝis pri ili ekde mia plej juna infanaĝo. Mi revidas min
prenantan de sur la salona bretaro la dikan vortaron de miaj gepatroj por
rigardi kun fascino la belajn fremdajn alfabetojn, grekan, cirilan, araban,
hebrean, kiujn mi lernis parkere por skribi per ili mian propran nomon. Pri la
origino de tiu pasio mi supozas, ke venas de miaj geavoj. Eble spertoj kaj
travivaĵoj eniras la genojn kaj transdoniĝas al la posteuloj dum la tempo de du
generacioj, tio estas nova scienca teorio, kiun mi povus proponi al iu
akademio. Kvankam ili estis simplaj kamparanoj, mi iam kalkulis ke, dank'al
iliaj diversaj etnaj devenoj, en ilia domo oni komprenis kaj eble uzis 7
lingvojn. La hispanan, la katalunan, la piemontan, la italan, la okcitanan (en
sia gaskona formo), la francan kaj la germanan. Eĉ mia avo, kiu neniam studis,
scipovis paroli 5 lingvojn. La germanan li lernis en Germanio dum milito, ĉar
estis malliberecano kaj volontulo por labori en iu farmejo kun kies loĝantoj li
enamikiĝis. Reciproke, tuj post milito loĝis en ilia farmejo juna germana
soldato, kun kiu mia avo ege kore rilatis. En la domo de la geavoj de patra
flanko, mi kalkulas, ke oni komprenis nur 3 lingvojn (francan, pikardan,
valonan). Pro tiu pasio mi gluteme lernis ĉiujn la lingvojn, kiuj prezentis sin
antaŭ mi. Mi bone memoras la eksciton de la unua angla leciono en la lernejo. Post la anglan, mi komencis studi la germanan, kaj la
okcitanan en liceo kiel opcio. Tiun lingvon mi aŭdis dum mia infanaĝo ĉiun
semajnfinon el la buŝo de geavoj kaj najbaroj de ili, sed neniu parolis al mi
en ĝi (gravuloj de franca republiko sukcesis iam konvenki ke estas neutila kaj
malprogresema lingvo, eĉ ke ne estas tute lingvo), kaj ĝi longe restis por mi
unu mistera kaŝlingvo, sed tiom alloga! Post fino de liceo, la
“malsano” pliaĉiĝis rapide, kaj mi povis enskribiĝi en universitato al opciaj
kursoj de araba (parolata de Algerio) kaj serbokroata, kiu estis mia unua slava
lingvo. Poste venos la itala, la hispana, la rusa kaj la nederlanda, studiitaj
memzorge dum miaj liberaj momentoj. Nur devas esti precizigite por la plej
junaj legantoj, ke en tiu tempo interreto ne ekzistis. Pro tio, ke ĝi estis en
mia loĝkvartalo, mi revenis al universitato post eĉ mia forlaso de la studoj
cele de spekti la kursojn de romana kaj hebrea lingvoj kiel “libera aŭdanto”.
Mi
jam konis esperanton, aŭdis pri la ideo, kiu plaĉis multe al mi pro ĝia ena
ideo de internacieco, sed longe mi ne havis kontaktojn kun ĝi pro manko de
videbleco aŭ simple de libroj en vendejoj. Mi ofte pensis, ke mi iam lernos ĝin
kaj, ke tio fariĝos por mi ”unu plia lingvo” en mia cerbo. Nenio pli.
La
vera ŝanĝo alvenis en 1988. En tiu tempo mi faris radielsendon pri lingvoj
(Gudyom los drugis) en libera asocia radistacio. Mi legis en la programa
tabelo, ke ekzistis esperanta elsendo en la sama stacio, sed neniam havis la
eblecon aŭskulti ĝin. La gvidanto de tiu elsendo organizis iam unu konkurson
kun nur unu simpla demando: “Kiu kreis la internacian lingvon?”, kaj la premio
de tiu konkurso estis... lernolibro de esperanto. Bona, simpla kaj trafa ideo,
kompreneble, por trovi interesiĝantojn. Mi konis la respondon kaj gajnis la
libron.
Okazis,
ke la persono, kiu organizis tiun konkurson estis jam konata aktivulo en muzika
medio de la urbo. Poste li kreis la faman esperantan muziklabelon “Vinilkosmo”
kaj organizis plurajn diversajn muzikfestivalojn, li nomiĝas Floreal Martorell.
Malsame
de ĉiuj la aliaj lingvoj, kiujn mi lernis ĝis tiam, ekkonante esperanton mi
renkontis nekredeblan reton de mildaj frenezuloj, kies ĉefa celo en vivo estas
renkonti la ceterulojn de la tuta mondo. Estis kompreneble la plej interesa
pozitiva ŝoko de mia vivo. Tuj vojaĝoj komencis: Germanio (legenda IS!),
Nederlando (IjoKo), Ĉeĥoslovakio (Ostravo) ktp... kiel plej ebriiga kirlovento
de internacia amikeco. De lingvo, esperanto iĝis por mi vivarto. Internacian
amikecon sekvis internacia amo, kiu ankoraŭ plifortigis miajn ligojn kun la
malsaĝa ideo de Doktoro Zam kaj enradikigis ĝin en mia vivo. Kiel kantisto, mi
tuj post komenco de la lernado de esperanto ekis traduki aŭ komponi tekstojn de
kanzonoj. Mi rapide malkovris la nekredeblan facilecon kaj flekseblecon de la
lingvo en poezia kampo, kiu permesas esprimi plej komplete la sentojn, faktojn,
situaciojn, ktp... Kiel artisto oni ankaŭ rapide min invitis en diversaj
aranĝoj en diversaj landoj, kun grupo aŭ sola, kaj mia horizonto nekredeble tuj
plilarĝiĝis tiel, kiel mi pli frue eĉ supozi ne povis. Nun mia jaro estas
ritmita per aleksterlandaj vojaĝoj. La partopreno en esperantaj muzikvesperoj
povas eĉ kelkajn jarojn alti ĝis la duono de miaj profesiaj muzikaj aktivecoj.
La listo de la landoj, kiujn mi vizitis por koncerti dank'al esperanto estas
longa: Hispanio, Italio, Anglio, Belgio, Nederlando, Germanio, Danio, Finlando,
Pollando, Rusio, Ukrainio, Ĉeĥio, Slovakio, Kroatio, Slovenio, Hungario, UsoNo,
Kebekio, Brazilo, kaj antaŭvidite por 2011... Aŭstralio! Mi sentas plej forte
la ŝanĝon de mia menso dank'al tiuj vojaĝoj kiam mi renkontas konatulojn, kiujn
mi delonge ne vidis, kun kiu ekzemple mi estis en sama liceo aŭ lernejo. Mi
komprenas tiam kiom mi evoluis rapide per kontakto kun ĉiuj la eksterlandanoj
kun kiuj mi interŝanĝas dum tiuj vojaĝoj. Kompreneble, al listo de vizititaj
landoj oni devas aldoni liston de naciecoj de homoj, kiujn vi povas renkonti
tie. Mi havas la impreson, ke miaj malnovaj kamaradoj restis en ilia medio sen
ŝanĝo, ke nenio por ili novas de tridek jaroj, ke la mondo turniĝas ĉirkaŭ ili
kaj, ke ili restas en la nemovebla centro de universo. Ili foje eĉ ne povas
imagi, ke oni povas havi alian vidpunkton ol la franca, ke oni povas ne mortigi
gepatrojn por manĝi bonajn ostrojn aŭ trinki malnovan vinon, ke oni povas
organizi laboron sen longa ĉeso inter tagmezo kaj la dua horo, ke la publikaj
ejoj por parki la aŭtoj en ilia lando estas nekredeble kaj senkiale mallarĝaj,
ke ilia ĉefurbo ne posedas la plej belan avenuon de la mondo, resume, ke oni
povas tutsimple vivi (kaj eĉ pli bone) en alia lando, eĉ se dum manĝoj oni ne
havas la elekton inter sep sortoj de fromaĝoj. Provi konvinki ilin de tio estas
ja fuŝita tempo. Esperanto helpas min kompreni la mondon kaj mi varme kaj kore
dankas ĝin.
JoMo
- Jean-Marc Leclercq - Francujo